Há uma enorme discussão entre os teóricos para entender a Literatura Infantil. A discussão passa pela conceituação, a concepção da infância e do leitor, a ligação da literatura infantil e a escola, até o caráter literário dessas obras para crianças.
Os primeiros livros para crianças surgem somente no final do século XVII escritos por professores e pedagogos. Estavam diretamente relacionados a uma função utilitário-pedagógica e, por isso, foram sempre considerados uma forma literária menor. A produção para a infância surgiu com o objetivo de ensinar valores (caráter didático), ajudar a enfrentar a realidade social e propiciar a adoção de hábitos. Infelizmente, ainda podemos encontrar esses objetivos na produção infantil contemporânea.
Para entender melhor essa função utilitário-pedagógica presente na literatura infatil vamos ver o que falam Maria José Palo e Maria Rosa D. Oliveira:
Dentro do contexto da literatura infantil, a função pedagógica implica a ação educativa do livro sobre a criança. De um lado, relação comunicativa leitor-obra, tendo por intermediário o pedagógico, que dirige e orienta o uso da informação; de outro, a cadeia de mediadores que interceptam a relação livro-criança: família, escola, biblioteca e o próprio mercado editorial, agentes controladores de usos que dificultam à criança a decisão e escolha do que e como ler.
Extremamente pragmática, essa função pedagógica tem em vista uma interferência sobre o universo do usuário através do livro infantil, da ação de sua linguagem, servindo-se da força material que palavras e imagens possuem, como signos que são, de atuar sobre a mente daquele que as usa; no caso, a criança.1
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